20 de julho de 2009

Fábrica da Ambev é parcialmente interditada

Fonte: Jornal Cruzeiro On Line - 16/07/2009:
O setor de engarrafamento da fábrica da Companhia de Bebidas das Américas (Ambev) em São Luís foi interditado 4ª feira (15) no início da tarde, por tempo indeterminado, pelo Ministério Público Estadual do Maranhão (MPE-MA) e pela Vigilância Sanitária do Estado. Os órgãos alegaram falta de higiene no processo de engarrafamento das cervejas produzidas pela unidade maranhense da cervejaria. Conforme números repassados pelo MPE, pelo menos 600 mil unidades são produzidas diariamente. Em nota oficial, a Ambev declarou que não recebeu nenhum documento oficial de interdição da filial maranhense.

Mas, a promotora responsável pela operação, Lítia Cavalcante, confirmou que houve a paralisação total do processo de engarrafamento da fábrica e classificou a informação divulgada pela Ambev como um "desrespeito ao sistema jurídico". "A direção local da Ambev, inclusive, foi à vigilância sanitária regularizar a situação", afirmou Cavalcante. A interdição do setor de engarrafamento da Ambev foi um desfecho de dois inquéritos civis públicos promovidos pela promotoria de Defesa do Consumidor do Maranhão. Um instaurado no ano passado e outro em janeiro desse ano.

A promotoria investiga algumas falhas no processo de fabricação e acondicionamento de produtos da cervejaria maranhense. O primeiro inquérito investiga os motivos pelos quais restos de moscas e baratas foram encontradas em quatro unidades da cerveja Skol, no ano passado; e o segundo, o aparecimento de uma barata em uma garrafa de cerveja Brahma. Neste último caso, além da barata, o frasco continha 5 ml de cerveja a menos do que prescrevia a embalagem de 600 ml.

Durante vistoria realizada hoje pela manha, que durou quatro horas, a Vigilância Sanitária e representantes do Ministério Público Estadual encontraram, no setor de engarrafamento da fábrica, teias de aranha, locais com mofo, restos de insetos (como ratos, por exemplo), restos de produtos, vasilhames de cervejas quebradas, restos de produtos químicos e até lixo e fiação elétrica exposta. "Nunca pensei que eu fosse encontrar algo parecido. Se você entrasse no local, nunca mais você teria vontade de beber cerveja na vida", comparou a promotora do consumidor, Lítia Cavalcante, responsável pela operação.

Além da interdição do setor de engarrafamento da Ambev de São Luís, a empresa também foi notificada pelo Corpo de Bombeiros do Maranhão ontem por causa da inexistência de um plano de ação de emergência, da falta de um sistema de proteção contra descarga elétrica na fábrica e, ate mesmo, por problemas com a manutenção dos extintores de incêndio do local. Os bombeiros concederam dois dias para que a fábrica equacionasse esses problemas. "Os funcionários estavam expostos a acidentes", justificou o coronel Célio Roberto Araújo, coordenador do Grupo de Ações Táticas do Corpo de Bombeiros do Maranhão.

Em nota oficial, a Ambev afirmou que "não recebeu nenhum documento de interdição da filial Equatorial, que atualmente opera com licença sanitária e alvará do Corpo de Bombeiros absolutamente atualizados e em vigor". "Nossa operação atua sob os padrões internacionais de produção e que nossos produtos têm total garantia de qualidade", finalizou a nota oficial da Ambev.(AE)

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