6 de abril de 2008

Acidentes com Serpentes - Tratamento e prevenção


Existe uma Norma Regulamentadora Rural nº 4, aprovada através da Portaria n°- 3.06, de 12/4/1988, do Ministério do Trabalho, que obriga os proprietários rurais a fornecer gratuitamente aos empregados proteção para os pés, pernas, braços e mãos. Para evitar acidentes com serpentes:
  1. Use sempre botas de cano alto ou botinas com perneiras, bem como luvas de couro cobrindo mãos e braços. O uso de botas pode prevenir em torno de 80% dos possíveis acidentes com serpentes. O uso de sapatos, embora só previna 30% dos acidentes, ainda é melhor do que andar descalço.
  2. Não deixe lixo ou entulho acumulado perto das residências nas regiões rurais. O lixo atrai os roedores que são um dos principais alimentos das serpentes.
  3. Sempre que precisar mexer em folhas secas e outros restos de vegetação, buracos, frestas ou nichos em paredes, use luva. Locais escuros são freqüentemente habitados por cobras. Não deixe plantas como trepadeiras, muito perto das casas.
  4. Não deixe vãos ou frestas nas paredes das casas. Vede todos os possíveis locais por onde passaria uma cobra. Coloque proteção no vão debaixo das portas como, por exemplo, sacos de areia. Coloque telas nas janelas.
  5. Ao caminhar pela mata use sempre um pedaço de pau que pode ser útil em caso de encontro com uma serpente. A jaracaca e a cascavel costumam ficar escondidas nas folhagens. Antes de entrar em uma região mais escura da mata, espere a sua visão se adaptar a menor quantidade de luz.
  6. Nunca tente pegar uma serpente com as mãos. Lembre-se que, mesmo mortas as presas da serpente têm veneno e ele está ativo, ou seja, um acidente com as presas da serpente morta também exige cuidados médicos.
  7. Proteja os predadores naturais de serpentes, como emas, siriemas, gaviões, gambás e cangambás, e mantenha animais domésticos como galinhas e gansos próximos às habitações porque eles afastam as serpentes.
  8. Evite piqueniques perto de rios e barrancos. Evite atividades na mata nos período do nascer do sol e no crepúsculo, já que nesses períodos as cobras são mais ativas.

Tratamento

O tratamento do acidente ofídico começa com a lavagem do local com água e sabão. A vítima deve permanecer deitada em repouso até chegar ao local de tratamento. Quando a picada aconteceu em pernas ou braços, eles devem permanecer elevados. Não se deve garrotear, espremer, cortar ou queimar o local da picada. O garroteamento aumenta o risco de necrose tecidual com risco de amputações.

Não se deve dar nenhum tipo de remédio caseiro ou bebida alcoólica, prática comum em algumas regiões do Brasil. Não há limite de tempo para tratamento da picada de cobra. A vítima deve ser encaminhada ao local de tratamento o mais rápido possível. Quanto mais rápido a vítima da picada for atendida, menor o risco de complicações. Após seis a 12 horas de acidente sem a administração do soro, cresce o risco de complicações. Se for possível, leve o animal que causou o acidente, mas nunca se arrisque a matá-lo.

O soro antiveneno de cobra é o único tipo de tratamento disponível para o tratamento dos acidentes. Ele deve ser aplicado em serviço de saúde porque pode provocar reações alérgicas graves e choque anafilático. Isso acontece porque o soro é preparado em cavalos e pode haver uma reação grave quando ele for injetado no homem. Há soros específicos para os vários tipos de cobra, ou seja para cada gênero deve-se tomar o soro específico para o seu veneno.

A quantidade de soro a ser prescrita também depende da gravidade do quadro clínico que o paciente apresenta. Essa é mais uma razão para o uso do soro somente em serviços de saúde por pessoal experiente.

Os soros antipeçonhentos são produzidos no Brasil pelo Instituto Butantan (São Paulo), pela Fundação Ezequiel Dias (Minas Gerais) e pelo Instituto Vital Brazil (Rio de Janeiro). A produção desses centros é comprada pelo Ministério da Saúde que se encarrega de distribuir para todo o Brasil via Secretarias de Estado de Saúde.

Em São Paulo, a relação dos pontos estratégicos para o atendimento dos acidentes com animais peçonhentos está disponível no site: http://www.cve.saude.sp.gov.br/

O Hospital Vital Brasil, em São Paulo - capital, tem um sistema de plantão 24 horas para orientação e tratamento de acidentes com animais peçonhentos:

Hospital Vital Brasil - Assistência médica gratuita e orientação telefônica 24 horas.Instituto ButantanAv. Vital Brasil 1500, CEP 05503-900, São Paulo - SP0XX-11-3726-79620XX-11-3726-7222Email: hospital@butantan.gov.br

Nenhum comentário: